EVENTOS LOUCURA DE PORTAS ABERTAS

EVENTOS NO HOSPITAL



Exposição no museu Imagens do Inconsciente até Dezembro



Exposição "Memórias da loucura" pelo CCS( NO CETAPE)



domingo, 13 de novembro de 2011

O PESO DA IDADE

Muito me tem incomodado o fim do hospital, fico triste e chateada . Hoje parei para pensar sobre a situação de forma mais racional; comecei a analisar esse término como alguém que está velhinho e não tarda irá morrer, é isso mesmo que esta acontecendo no Nise , ele está velhinho doente e já está na hora de dar lugar a alguém mais jovem para realizar algo que ele não fez, ou fará melhor o trabalho que foi iniciado. Estes jovens são as novas residências terapêutica o CAPS E CAPSi, são os jovens que estão vindo com bastante força para mudar esta situação caótica a qual se encontra a Saúde Mental, tenho que admitir que embora tenha aprendido muito pelos pavilhões e alamedas deste grande hospício, tenho que admitir que está na hora dele dar adeus, pois não há mais espaço para  o que ele foi um dia, os neurônis já estão bastante enfraquecidos e as idéias estão muito lenta, e a urgência da transformação não pode mais esperar, então aguardo este fim como alguém amado e querido que está  morrendo de velhice, onde a única solução é aguardar a notícia chegar.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O MEU LUGAR

Muitas pessoas ao ler estas linhas , poderão ficar surpresos , pois, achar que o hospício é o meu lugar. Sim aqui também é o meu lugar sinto-me muito à vontade em estar aqui dentro todos os dias.O que mais me incomoda não são os loucos e sim a política de saúde que ronda os dias da saúde pública do nosso país,o descaso e abandono na saúde mental , o filho feio do Ministério da Saúde, ou pior o filho doente mental ( o louco). Quase ninguém quer saber de estar apoiando-a e isso muito me entristece.Por isso, que a cada dia sinto me mais familiar a saúde mental pois, logo-logo me aposento e como ficará a saúde mental sem as pessoas que ainda acreditam nela com um olhar sem preconceito?. Temo não mais haver pessoas um dia que se orgulhem de cuidar e ter como amigo um paciente com transtornos mentais. Aqui não é simplesmente um hospício, aqui é uma escola que ensina a acabar com o preconceito e o descaso; cada um que entra aqui  sai  modificado, ou odeia ou ama  a loucura, mais, jamais passa por aqui e sai indiferente ao que viu e ouviu . Por isso que aqui ainda continua sendo o meu lugar minha escola minha razão em acreditar que todos somos iguais, loucos ou "normais".

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

DEPENDÊNCIA QUÍMICA

Trabalhei por três anos com pacientes menor dependente químico, o que mais me chamava a atenção não era ter tantos dependentes jovens e sim a forma crítica que eles viam o sua doença, a negação era presente na maioria das vezes, mesmo que estivessem nitidamente drogados, nos grupos de recepção quando perguntávamos quanto tempo sem usar drogas, eles alegavam 15 dias um mês, e isso me deixava profundamente furiosa pensava dentro de mim ...quanto cinismo, demorei muito entender o porque daquela atitude, hoje  sei que a vergonha e a auto-estima baixa levavam a aquele tipo de negação de si e de sua situação, negar a droga era negar que fazia uso dela e ter a aceitação do grupo. Outra coisa bem interessante que pude observar era quando um dos menbros do grupo terapêutico trasngredia uma das regras o grupo é quem decidia a punição. E sempre os usuários decidiam pela expulsão eram extremamente radicais não havia meio termo eles não aceitavam o deslize do colega de grupo. Interessante isso não?, embora estivessem no mesmo barco uns não apoiava o erro dos outros dentro do grupo;porque era só sair do ambiente que faziam sua interinha para comprar e usar a droga juntos.
Eu como muitas pessoas éramos extremamente preconceituosas com os dependentes, não conseguia encarar como doença. O tempo que passei neste grupo mudou muito a minha cabeça, hoje sinto vergonha de ter tido por muito tempo uma opinião preconceituosa e mesquinha a respeito da doença, logo eu uma profissional da saúde. Lá Conheci um sofrimento que vai muito além da vontade de usar ou não a droga, meninos e meninas que precisavam muito mais de atenção e carinho do que de broncas e castigos, sinto me muito orgulhosa de poder ter tido a oportunidade de saber amar o "FEIO",  que na maioria das vezes tinha uma beleza interna infinita.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

COMO DOI PERDER UM LIDER

A história que vou relatar hoje não tem graça nenhuma. Perder uma amiga querida doi demais, nossa lider sindical nossa chefe nossa amiga,aprendi a gostar dessa pessoa da maneira mais intrigante que existe, em meio ao movimento de greve me aproximei dela para articularmos como proceder para revendicarmos nossos direitos e daí nasceu uma amizade que só cresceu com o passar dos anos aprendi a respeitá-la  uma enfermeira espetacular ,amiga, companheira, irmã .Viajamos para alguns estados e junto dela me sentia confiante. riamos brincávamos mas quando o papo era sério nós estavamos para o que der e vier.Bem me lembro quando em Brasília entramos 15 pessoas em uma kombi e ela o tempo todo falava que nás iamos ser presas, foi muito divertido.Não vi você ir embora , a ultima vez que a vi ainda estava lúcida porém doente beijei sua face e brinquei chamando-a de preguiçosa que estava licenciada para "fugir da luta companheira", mas esta companheira jamais fugiria da luta nunca.Vá com Deus QUERIDA AMIGA...........

terça-feira, 19 de julho de 2011



ESTRANHO SURTO

Cheguei pela manhã para receber o plantão, fui recebida por uma nordestina de uns 14, 15 anos de 1 metro e meio de altura, cabelos negros na cintura muito falante e extremamente simpática. O que mais me chamou a atenção foi que quando abri aporta ela veio ao meu encontro me deu bom dia!, Mandou que entrasse e ficasse à vontade. Muito engraçada! , parecia que estava em sua casa, ela animava o plantão. Quando o telefone tocava, ela pulava na nossa frente atendia e dizia que era a mansão de Priscilla , ela era a fictícia Priscilla, e desatava a falar besteiras para quem estava do outro lado se não corrêssemos para pegar o telefone de suas mãos a coisa ficava complicada até chingar as pessoas ela chingava. Revolucionou a enfermaria, convencia as demais pacientes a dobrar a barra dos shortes  as mangas das camisetas e dar um nó na ponta, passava batom vermelho na boca das meninas todas ficavam o dia inteiro maquiadas.

Ela nos contava como foi que ela morreu.... Foi um dia quando ela foi ao baile lá na rocinha deixou o filho sozinho em casa e dançou a noite toda, ao retornar para sua casa subindo uma ladeira lá na Rocinha sentiu uma coisa estranha na suas costas como se fosse um soco forte ai ela continuou andando abriu a porta, foi ver se o filho estava dormindo no berço, foi até o fogão para fazer a mamadeira da criança quando sentiu uma tonteira e caiu em cima do fogão e morreu; agora você vê menina, aquele negocio que senti nas costas era um tiro!, por isso que morri. Quando questionávamos se ela morreu como estava ali?, ela respondia traquilamente com outra pergunta como pode isso? estranho né? . Falava de suas aventuras que cobrava x por programa com homens e só andava de carro, homem a pé não rola.
O mais interessante dessa história é que aquela menina de 14 anos morava no interior da Paraíba, e pela primeira vez na sua vida veio para o Rio a convite de sua irmã que morava na Rocinha, e no momento que entrou no avião abriu um surto psicótico já chegando aqui muito mal a ponto de ser levada da Rodoviária direto para o Hospital, nem teve o prazer de conhecer a Rocinha e se quer a casa da irmã. Segundo a sua irmã ela nunca tinha saído de sua cidade , morava bem distante em um pequeno sítio não conhecia nada da cidade grande, ela ficava muito assustada quando a irmã começava a falar besteiras e cantar funks proibidos perguntava como aprendeu tudo aquilo tão rápido. Após uns dois meses ela acordou outra pessoa tímida calma colocou uma bermuda comprida e ficava o tempo todo de cabeça baixa havia saído do surto, era outra pessoa. Ela perguntou logo que melhorou quem havia cortado seus cabelos , nem se quer , lembrou que um dia quando a plantonista deu bobeira com uma tesourinha de unha ela pegou foi para o banheiro e cortou todo o seu cabelo na altura do pescoço quando viram ela já havia cortado todo o lado esquerdo do cabelo aí tiveram que cortar o resto porque senão ia ficar muito feio.Ela obteve alta e sua irmã nos informou que sua passagem de volta a Paraíba já estava comprada, ela só conheceu a Rocinha quando teve alta, mesmo assim para fazer as malas e voltar para casa. Até hoje me pergunto como pode acontecer algo tão estranho como esse?

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O MENINO SEM PERNA

Ele internou pela primeira vez no hospital bem novinho com uns 9 anos , determinação judicial.Levadíssimo deixava todo mundo de cabelos em pro alto, chingava batia tocava o maior rebu no hospital comia de 6 pratos de comida ao mesmo tempo roubava os biscoitos dos outros pacientes pertences dos familiares um verdadeiro inferno, brigava com os pacientes maiores apanhava , muitas vezes tivemos que amarrá-lo na cama para não arrumar confusão e ser machucado pelos pacientes mais forte que ele, mas era um horror que ele gritava tanto que 10 minutos depois tínhamos que tira-lo das contenções, ai começava de novo o inferno, saíamos do plantão mortas de tanto apartar as brigas dele com os outros pacientes. Ele ia para o abrigo quando tinha alta, mas, fugia e novamente acabava internado, teve diversas internações. Um belo dia uma assistente social que era referencia dele o viu no centro do Méier sentado no chão sem uma das pernas pedindo esmolas , ela ficou muito comovida e levou-o para internação mais uma vez, chegando lá , logo o apelidaram de saci e foi o mesmo inferno perturbação constante . Um  dia um colega foi levá-lo ao juizado para ser abrigado, quando chegaram na porta do juízado o menino saiu da combi e pulando de uma perna só atravessou a presidente Vargas aos pulos  muito rápido, sumindo em meio ao transito, o colega que o levou já não era tão jovem e estava fora de forma , não conseguiu alcançá-lo perdendo o de vista, ao retornar ao hospital foi encarnado por muito tempo todos diziam que ele perdeu a corrida para um menino sem perna. Ele completou a maior idade passou a fazer parte de uma  boca de fumo ganhou de presente de um traficante uma perna mecânica depois soubemos que o seu padrinho do tráfico morreu ai ele foi expulso da favela e teve que vender a perna mecânica e voltou a pular de uma perna só novamente, alguns pacientes que moravam em comunidade e o conhecia nos relatou que ele foi assassinado, até hoje não sabemos se isso foi verdade. Ele foio objeto da pesquisa do curso de doutorado de uma psiquiatra que o atendia.

sábado, 2 de julho de 2011

VASSOURA, BANDEJA E PEDAÇO DE LENÇOL

Vassoura  bandeja de madeira e pedaço de lençol
Quando entrei no hospital para fazer estágio percebi que lá era um lugar atípico e muitas surpresas me esperavam.  Fiquei estagiando por 16 meses no hospital,  toda a minha turma foi embora e eu e duas colegas decidimos ficar mais um pouco , até terminar o curso.
Muitas coisas me chocaram, primeiro a quantidade enorme de pessoas internadas, as enfermarias viviam cheias e a maioria eram homens alcoólatras com diagnóstico de polineurite enfraquecimento muscular causado pelo uso abusivo do álcool , eles não conseguiam firmar-se de pé. Seu aspecto era muito raquítico, pele desidratada e cabelos ralos.
Mas o pior era o horário do banho 5 horas da manhã antes da passagem do plantão, em umas das vezes  que presenciei um funcionário encaminhar estes pacientes ao banho, foi muito estranho. Elas despiam os na enfermaria e iam levando os pelo braço,  meio cambaleando, pois, não tinham firmeza nos membros inferiores, colocavam eles de mãos na parede embaixo do chuveiro frio, e com uma vassoura de piaçava esfregavam as nádegas dos mesmos para retirar as fezes grudadas, o pior de tudo é que eles sempre tinha uma ferida na região do Cox devido ao  longo tempo deitado, os coitados gemiam de dor, era muito triste ver isso. Nem todos utilizavam dessa técnica para dar banho muitos abominavam essa atitude do colega e por muitas vezes presenciei discussão  intensa por discordar da atitude desumana.Outra coisa muito estranha, era a bandeja de medicação feita com uma taboa grande com quadrados feito de esparadrapo e no meio dos quadrados havia números que correspondia os leitos,  naqueles quadrados era colocado os medicamentos, o mais estranho é que se alguém esbarrasse na bandeja os remédios saiam da ordem e como saber de quem era o que¿, simplesmente a funcionaria juntava novamente os remédios em seus quadrados e azar se eles se misturaram, muitas vezes os pacientes acabavam tomando remédios errado. Lá o plantão era de 24 horas, e ouvi contar que não havia faxineiros para manter a limpeza do local então os “enfermeiros” eram obrigados a fazer a limpeza geral do setor, a cada final do plantão recolhia o lixo as roupas sujas e por fim jogavam baldes de água nas enfermarias e corredores.  Após dois anos retornei para trabalhar lá, muita coisa havia mudado outras permaneceram, como manter o paciente sentado de 08 às 17 horas na cadeira para não sujar a cama porque não havia muita roupa de cama e tinham que economizar para ter roupa limpa para a noite senão o paciente corria o risco de dormir urinado ou evacuado.Cortei muito lençol velho para substituir atadura para fazer curativo, e as fraldas eram lençóis ou colchas dobrados e colocados entre as pernas dos pacientes .Uma coisa tinha de bom não faltava comida e nem medicação.  Víamos a recuperação dos pacientes, saíam de alta lúcido , orientado e andando sem ajuda.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

CORRE QUE A MALUCA VAI NOS PEGAR:


Éramos 5 plantonistas com uma afinidade incrível , trabalhávamos em sintonia finíssima o plantão fluía muito bem, não havia brigas apenas pequenos bate bocas comuns de mulher mas, que logo passava, sempre  terminávamos as tarefas para que no horário da visita  nós pudéssemos ficar tranqüilas conversando e assim deixar as visitas mais vontade, esta hora também era a hora do lanche , sempre tinha duas que era eleita para ir na rua comprar o lanche da tarde. Neste dia fui eu e a colega em uma mercearia bem próximo ao hospital comprar nosso lanche. O hospital tem um muro enorme de altura e bastante extenso, fomos andando de braços dados fuxicando como sempre, numa determinada altura da calçada avistamos uma senhora de cor negra com uma moça também de cor negra e bem gordinha,  ela puxava-a pelo braço e a menina  fazia força contra.  Nem demos muita importância continuamos caminhando pela mesma calçada que vinha as duas, ao nos aproximarmos delas minha colega estava concluindo uma frase ai ela falou: “ quando a criança nasce”, olha foi o bastante, a jovem que estava com a mãe  deu um puxão do braço  dela olhou para nós duas e falou assim: não sou criança não , vou te matar e partiu para cima de nós duas , automaticamente nos olhamos e saímos correndo igual duas loucas aos berros e a gordinha atrás de nós gritando que ia nos matar, quanto mais nós corríamos mais a gordinha se aproximava , quando avistei o portão do hospital desabei a gritar abra o portão, abra o portão a maluca vai nos pegar , os vigilantes sem saber de nada veio meio assustado para olhar, dei um empurrão no portão entrei feito uma louca e bati o portão na cara da paciente, ela ainda consegui pegar a ponta do meu dedo que ficou meio inchado. Minha amiga que era mais magrinha que eu, era mais veloz sumiu na minha frente nem vi aonde ela foi parar . Os vigilante seguraram a menina mais ou menos uns 4 homens e a levaram para o pronto socorro com muito sacrifício.Quando tudo acalmou a colega apareceu sorrindo muito, tinha ido parar dentro da casa de uma senhora do outro lado da rua a uns 200 metros do portão. Chegamos à enfermaria e as colegas estavam comentando acho que aconteceu alguma coisa na portaria que ouvimos uns gritos, vocês viram o que aconteceu¿. Vimos sim, claro, nós fomos as vítimas. Quando contamos a história, fomos a chacota do mês. Depois ligamos para o pronto socorro para saber que fim havia levado a moça, fomos informadas que ela derrubou dois enfermeiros no chão e com uma bundada  derrubou a porta da enfermaria.  Foi um Deus nos acuda para acalmá-la, a bichinha tava muito brava. Bem sabemos o que passamos, mas que foi engraçado foi .

VOU TE DESENHAR MORTINHA

VOU TE DESENHAR MORTINHA
Chegou no hospital muito perturbado, segundo o relato de seu prontuário morava com os pais e mais 9 irmãos seu pai tinha um raciocínio muito limitado, moravam em japeri e viviam de recolher lixos em um lixão em duque de Caxias ele e os irmãos , menino de 15 anos porém com estatura de menino de 11 muito desnutrido, segundo o relato ele começou a recolher lixo e levar para casa e dizia que era objetos valiosos, internaram-no. La ele cativou todos sem exceção menino muito calmo não agredia ninguém somente tinha delírios de grandeza passava o dia nos fazendo rir ele picava pedaços de papel e distribuía o tempo todo dizendo que era dinheiros, nos perguntava: de quanto você precisa¿ nos falávamos ele contava seus pedaços de papel e nos dava,depois vinha a bronca vê se não fica fazendo dividas contando comigo não, porque vai ter um dia que eu não vou estar aqui, ai você vai se da mal. Pela manhã quando ele acordava chegava para o plantonista dava uns pedaços de papel na mão dele e falava; vai comprar mortadela pão de forma coca-cola para eu tomar café e pode ficar com o troco, sei que você é ferrado mesmo, na maioria das vezes íamos comprar o que ele pedia tinha maior regalia com todos. Uma vez uma colega levou um bolo plus- vita para ele quando lhe deu ele falou: olha a validade vê se ta certinha que vocês pobre tem mania de comprar coisa ruim e eu não como porcaria. O mais interessante era quando contrariávamos  ele , imediatamente  ou nos demitia ou nos desenhava mortinha pegava um papel e fazia um desenho de um boneco deitado no caixão,  e falava tá ferrado agora, viu o que eu fiz¿, sabe o que, que vai te   acontecer  ¿, uma vez uma paciente estava com a libido bastante exacerbado e começou a assediá-lo tentando abraçá-lo e beijá-lo, ele ficou se esquivando e falava para ela sai mulher não gosto de pessoas oferecida,sou casado  minha namorada é aquela ali  e apontou para a televisão, quem estava-la¿ a Angélica e ainda falou: Ela bem viu tá, isso não vai prestar, a paciente mais delirante que ele  foi para frente da televisão se desculpar com a angélica. Uma vez fui levá-lo para ver o jogo no campo dentro do hospital ele infernizou o jogo dos rapazes dando piruada entrava no meio e chutava a bola ia para o gol empurrava o   goleiro , após o término do campeonato, começaram distribuir medalhas ele cismou que tinha que ganhar uma e o técnico do time teve que dar uma medalha para ele de qualquer jeito ele infernizou tanto mais tanto que ele não agüentou. Quando nós retornamos para a enfermaria ele com a medalha no pescoço falava pra todo mundo que foi ao maracanã fez 20 gols e ganhou aquela medalha de ouro das mãos do Pelé, é mole¿, ficou um bom tempo internado depois melhorou e teve alta e nunca mais internou.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O maluquinho

Trabalhei durante 8 anos no pavilhão de doentes mentais com doenças clínica,  depois pedi transferência para o pavilhão infanto- juvenil o qual era chamado erroneamente de infantil, pois lá só havia adolescente raríssimas vezes internava uma criança,  conheci uma paciente extremamente agitada batia sempre nas pessoas e poucos conseguiam controlá-la, meu batismo de chegada no primeiro dia de Plantão foi um banho de café com leite , ela me detestava, todas as vezes que me via tinha que me agredir de alguma forma , jogou prato de comida em cima de mim copo de refresco sem contar com um belo tabefe no rosto que levei quando passava distraidamente perto dela. A alegação da mesma é que eu era o maluquinho um traficante da favela que ela morava. Ela era  amante   do maluquinho, ele a traiu com a melhor amiga dela, contava detalhes daquela situação, aonde foi a traição onde o barraco ficava e de que forma ela viu os dois juntos. Esta paciente manteve este quadro psicótico por uns três meses demorou muito para sair do surto e quem sofria na historia era eu que vivia sendo alvo dela, com o tempo ele foi melhorando gradativamente até voltar ao seu estado de lucidez, as implicâncias comigo terminaram e ela era até amável, aquela menina brava violenta não existia mais deu lugar a uma moça tímida que quase não falava. Um belo dia resolvi perguntar quem era o maluquinho, simplesmente ela ficou me olhando sem entender a pergunta, ai resolvi contar o que ela fazia comigo a mesma ficou me olhando sem entender nada acho até que me achou meio louca. Perguntei sua mãe se tinha conhecimento da historia do namorado que a traiu, a mãe desconhecia e negou morar em favela, tudo delírio nunca existiu o tal maluquinho, de concreto mesmo só os tapas que levei dela por tê-la traído  quando eu era nos seus delírios o namorado maluquinho.


sábado, 18 de junho de 2011

O paciente cri-cri

Inicei o plantão com vontade de ir para casa era um ano difícil alguns colegas licenciados outros faltavam muito, pois, o salário estava atrasando e as coisas estavam péssimas lá no hospital. Naquele dia, já sabia que ia de novo trabalhar sozinha, a minha amiga de plantão estava de licença médica,  teria que dar  conta daqueles pacientes todos sozinha e para piorar havia internado um paciente no dia anterior que segundo o relato da plantonista da noite ele era muito chato e abusadíssimo  tratava as pessoa como se fossem  escravas dele adorava dar ordens. Recebi o plantão ele estava dormindo, Lá pelas 10 horas da manhã o paciente cri-cri acordou e ai escutei duas pessoas  discutindo, fui ver o que estava acontecendo  ele estava  gritando com a faxineira queria que ela fosse esquentar o seu café que havia ficado na  mesinha de cabeceira.  Ele estava dormindo na hora que a copeira havia passado como o café que  era servido as 8 horas, é obvio que o mesmo estava pra lá de gelado, tentei apaziguar a situação e disse que não tinha como fazer o que ele estava pedindo. Sai da enfermaria e continuei tirando a medicação. Quando terminei já era umas 10:30 . Como a maioria  dos pacientes eram acamados  iniciei os banhos no leito de quem estivesse mais urinado ,lá por volta de umas 11:30 o paciente chato começou a gritar: enfermeira, enfermeira,enfermeira, fui ver o que ele queria o chato começou a dizer que era quase meio dia e ele estava sem banho que isso era uma absurdo. Olhei para os lados da cama não vi nenhuma cadeira de rodas conclui que nada o impedia de ir sozinho ao banho, ele estava recostado na cama com jornal na mão e as pernas cobertas, aí falei: senhor estou dando banho nos mais necessitados, porque que o senhor não se levantou ainda para tomar seu banho? aqui não tem enfermeira particular  , ai ele em um ataque de raiva puxou a colcha  de cima da perna e me respondeu vou como flutuando?, o paciente tinha os dois membros amputados. Fiquei muito sem graça e para não perder a autoridade falei: não querido de cadeira de rodas, ai ele me respondeu já apareceu alguma que até ontem não tinha. Realmente as duas cadeiras de rodas que estavam no setor havia quebrado e não tinha sido substituída ainda,mediante a situação  recolhia a minha insignificância, terminei o banho que estava dando no outro paciente e o próximo foi ele.
Quando contei a gafe para minhas colegas, elas riram muito. Fui ler o prontuário ele estava internado porque teve um surto pós- traumático por ter amputado os membros, devido a  um atropelamento, por isso o motivo de tanta agressividade.







Celebra tua vida




Celebra a alegria de fazer anos de esperança.

Conta teus anos não pelo tempo, mas pelo espaço que fazes em teu coração.

Não pela amargura de uma dor, mas pela ressurreição que ela traz.

Não pelo número de troféus de tuas conquistas, mas pelo gosto de aventura em tuas buscas.

Não pelas vezes que chegaste, mas pelas vezes que tiveste coragem de partir.

Não pelos frutos que colheste, mas pelo terreno que preparaste e as sementes que lançaste.

Não pela quantidade dos que te amam, mas pela medida de teu coração, capaz de amar a todos